sábado, 31 de julho de 2010

A MELHOR ESCOLA AINDA É O LAR

A MELHOR ESCOLA AINDA É O LAR, ONDE A CRIATURA DEVE RECEBER AS BASES DO SENTIMENTO E DO CARÁTER.” (Emmanuel – O Consolador – item 110)
Vivemos uma época de profundas transformações quando os valores que regem a sociedade estão sendo questionados. Como nos dias atuais nunca se buscou tanto o prazer e a satisfação doentia das paixões, contudo, ao mesmo tempo, nunca se sentiu tanta falta de orientação e amparo à família que possam preparar o homem para a modernidade, sem levá-lo à bancarrota moral.
Sem dúvida, as mudanças fazem parte do processo de evolução. Somente com a luz viva da verdade espiritual, com o conhecimento da reencarnação, com o entendimento da destinação evolutiva do homem, com a compreensão da lei de ação e reação, o ser humano conseguirá captar a importância da busca pela riqueza espiritual, cumprindo o mister de renovar a sociedade, renovar os homens.
A renovação das criaturas se fará através da EDUCAÇÃO. A educação se inicia na infância, desde os primeiros momentos do espírito encarnado. E a responsabilidade de educar estas almas que retornam compete aos PAIS.
Se há grande importância em dirigir um carro, dirigir uma empresa, maior ainda é a importância de dirigir um espírito eterno em seus primeiros passos na presente encarnação. As situações meramente humanas passam, mas a moral, o caráter, os sentimentos são elementos divinos que caracterizam a alma, que na infância se encontra predisposta à chance de reajustar-se e aprender novas lições.
Em Allan Kardec temos magistral questão: “Pode considerar-se como missão a paternidade? É, sem contestação possível, uma verdadeira missão. É ao mesmo tempo grandíssimo dever e que envolve, mais do que o que pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro”.
O compromisso de sermos pais ou mães foram assumidos na Pátria Espiritual e reafirmados por ocasião de nosso casamento, na formação da nova família. A responsabilidade dos pais é imensa na educação dos filhos. Não somente na preocupação de dar-lhes alimento, vestuário, lazer, escola, conforto, mas principalmente na dedicação em colocar-lhes no coração os sentimentos e virtudes que os orientarão e lhes iluminarão os caminhos.
Novamente Kardec elucida: “Os espíritos dos pais têm por missão desenvolver os de seus filhos pela educação. Constitui-lhes isso uma tarefa. Tornar-se-ão culpados, se vierem a falir no seu desempenho”.
Deste modo, ninguém poderá subtrair dos genitores a responsabilidade da tarefa.
Isto não significa, em hipótese alguma, que os pais devam realizar uma incrível “mágica” e transformar seus filhos em “anjos” em alguns anos de convivência. O que Jesus nos pede é que sejamos sempre esforçados e dedicados a tão importante encargo, não desanimando ante as dificuldades ou desprezando o lar pela busca obsessiva dos fatores transitórios.
O Espírito não se modificará profundamente de um momento para outro. Porém, todo bom exemplo, toda boa palavra, toda corrigenda sincera, todo diálogo, toda energia, todo carinho, toda disciplina e todo amor jamais se perderão, mesmo que tenham sido encaminhados a um coração endurecido pelo mal, ainda carregando muitas dificuldades.
Não haverá consciência atormentada quando formos pais leais, devotados e sinceros, mesmo com a tristeza de ver nossos filhos incursionando pelos caminhos do desequilíbrio e da ilusão. O que causará grande tormenta em nossa consciência será a preguiça no exercício de nosso papel paterno/materno, o amor sem limites que cega, a profunda má vontade de grande parte dos pais que acham já saberem tudo, não enxergando suas falhas, e a falta de humildade em reconhecer-nos ainda insipientes quanto aos conhecimentos acerca da educação. Não somos responsáveis pelas imperfeições de nossos filhos, mas, sim, se adubamos essas tendências infelizes ou se não as combatemos quanto podíamos.
O mais importante não é darmos “shows” de virtudes paternais, e sim que nossos filhos, ao deixarem a vida física, estejam mais enriquecidos espiritualmente e moralmente do que quando chegaram a ela, mesmo que teimem em recalcitrar, resistindo teimosamente em abandonar às próprias sombras. Somente haverá um mundo melhor com o bom desempenho da tarefa educativa por parte dos pais nos lares.
Santo Agostinho esclarece-nos: “Quando os pais hão feito tudo o que devem pelo adiantamento moral de seus filhos, se não alcançam êxito, não têm de que se inculpar a si mesmos e podem conservar tranqüila a consciência”.
Para os pais espíritas o grau de compromisso aumenta, tendo em vista o rico e inestimável material que trazem em mãos: a DOUTRINA ESPÍRITA. Com o horizonte descerrado pelo Espiritismo, a compreensão dilatada da realidade espiritual, o trabalho educativo ganha uma dimensão mais profunda e as possibilidades de acerto se multiplicam. Compete a estes pais aproveitarem a fecundidade destes recursos.
Devemos desenvolver o caráter de nossos tutelados, ministrar-lhes as noções religiosas imprescindíveis, oferecer-lhes o melhor esforço de exemplificação, dar-lhes assistência material e moral constante, indicar-lhes um rumo certo a seguir, orientar-lhes constante e carinhosamente, apoiá-los, protegê-los, ajudá-los, ser-lhes amigos, amá-los, animá-los em seus ideais, incentivá-los em suas virtudes, auxiliá-los a enfrentarem as influências perniciosas, a invigilância, a ignorância.
A educação está hoje complicada pelos convites e estímulos que despertam nossos filhos cada vez mais cedo para as ilusões humanas. Precisamos mostrar a eles todos os perigos que irão encontrar quando tiverem que caminhar com as próprias pernas. O grande trabalho dos pais não é esconder o filho dos problemas, e sim prepará-los, dando-lhes as armas com as quais poderá triunfar sobre estes desafios.
Podemos dizer que, antes de conhecer o Espiritismo, educar era difícil; agora, com o Espiritismo, continua e às vezes até aumenta a dificuldade. Só que estaremos tão mais bem preparados que, a par da dificuldade, produzimos e acertamos mais.
E, para isso, procuremos na Casa Espírita a escola da alma que nos amparará e iluminará na grande missão a cumprir. Aos pais e dirigentes espíritas envia-se o alerta: que em todos os agrupamentos espíritas nasçam atividades voltadas para a preparação e apoio aos pais.
Estejamos prontos para o mister! Abracemos nossa grande missão! O Terceiro Milênio é construção a se iniciar em cada um dos lares da Terra! Tomai da enxada e começai a sementeira...
QUE NÓS, PAIS ESPÍRITAS, SEJAMOS OS TRADUTORES DE JESUS JUNTO A NOSSOS FILHOS, ILUMINADOS PELO EVANGELHO, EDUCANDO-OS COM SEGURANÇA E CONVICÇÃO.
(Do livro Um Desafio Chamado Família – item 10)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

(o conteúdo desta informação foram cedidas ou copiadas)